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vou contar-te a nossa história, pode ser? não me lembro de datas precisas, não me lembro do dia em que te conheci, mas sei que foi na altura em que andavas atrás da minha melhor amiga na altura. eu juro, não ia mesmo com a tua cara! não achava piada nenhuma ao que andavas a fazer, achava que eras um parvo, um estúpido (até eras um bocadinho comigo), mas eu continuava a seguir-te. comecei a conhecer quem eras na realidade, fomos falando, coisas inúteis e comuns até conversas simples e únicas. depois, muito depois, chamaste-me "melhor amiga" pela primeira vez, e nessa mesma vez que chamaste, disseste alguma coisa como 'nunca pensei ver-te como uma grande amiga, mas durante este tempo todo demonstraste-o (...)'. até a tua namorada tinha ciúmes, segundo o que dizias, lembraste?  "mas... eu e tu? não é virtual. isto é real!". como alguém me disse uma vez, a vida encarrega-se de nos reservar as melhores surpresas e a mim reservou das melhores possíveis. sem ti nada fazia sentido. nada mesmo. tinhas algo que me fazia ir para além dos meus limites. quando olho para trás vejo que fui realmente feliz quando te podia chamar de "melhor amigo" e dizer-te "amo-te". lembraste quando nos afastámos, mas voltámos a falar novamente e escrevemos um texto um para o outro, em que tivemos uma grande telepatia a escrever uma vez que escrevíamos, contávamos, pedíamos as mesmas coisas? acredita que agora estou a morrer de saudades da tua estupidez e da tua parvoíce. depositei em ti tudo o que tinha, confiei em ti como nunca tinha confiado em ninguém. ocupavas todos os lugares possíveis e imaginários no meu coração. até parece um exagero, mas é pura e simplesmente verdade. sempre foste o meu melhor amigo, recusei-me sempre a desistir de ti... aliás, não é o que estou a fazer agora? eu lembro-me sempre de ti, quando falamos, por mais curta e comum que seja a conversa, sabe-me sempre tão bem! e isto é totalmente verdade, sabes? mas circunstâncias mudaram, tudo aquilo que acreditávamos, que julgávamos ser o melhor, de um dia para o outro mudou! nunca percebi bem porque, se pudesse apagava esta distância que existe entre nós... esta ausência está a dar cabo de mim. não sei se fiz algo de errado que possa ter posto em questão esta amizade que tanto me orgulhava de ter construído... juro que não sei. se calhar entreguei-me demais... não te dei o teu espaço? acho que sabes que eu sou uma pessoa que quando gosta, gosta realmente e leva isso a sério. e, se tiveres noção disso, deves ter a noção de como fico quando me fazem a simples pergunta, sem maldade, "tens melhor amigo?" e eu respondo "não.". é um não contrariado, é mesmo. mas o que é que eu posso fazer quanto a isso? já tentei mudar as coisas, juro que sim. e às vezes, para meter conversa contigo, é preciso muita coragem. isto é estúpido, mas tenho medo de errar (novamente?) em alguma coisa, não te quero pressionar, penso no que te dizer antes de o dizer... mas sabes que mais? se calhar isto são tudo coisas da minha cabeça. este sentimento permaneceu há já algum tempo. tu, de certa forma, partiste, seguiste em frente com a tua vida e eu fiquei agarrada a todas estas coisas. isto faz-me mal, mas ao mesmo tempo, é tão bom, mas tão diferente. porque é sempre melhor vivenciar do que relembrar. tenho muitas saudades tuas e orgulho-me do que algum dia fomos. ♥